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Mostrando postagens de junho, 2010

Arquivo #1 (ou o título verdadeiro e a essência de tudo estão escondidos. Mas, de repente, você poderá vê-los em itálico)

Em um mundo onde reinava o trivial, um resquício de amor ainda vivia no coração de Nicole que, ao ver seu antigo homem entregue aos lábios de outra, chorou. A ela, tudo fora tão bom, tão intenso e confortável que até acreditou na eternidade daquelas sensações. Que mulher tola: havia já chegado o momento em que pessoas não se amavam mais, ao contrário, consumiam-se. Pegou sua bolsa, pagou a conta e sem se despedir dos amigos foi-se embora do bar. Na esquina, em frente ao seu carro, um jovem bêbado – um bosta, como se auto-intitulava – bebia sentado na calçada, escorado na mureta como se fosse a única coisa no mundo a oferecer-lhe apoio. Levou a garrafa de cerveja à boca e deu um gole fitando a mulher que, assustada – pois tempos de violência nos fazem temer que nos furtem até o coração – dirigiu-se ao seu veículo. Assim que destravou a porta do carro, viu o homem se levantar. Encararam-se. Em silêncio, o rapaz foi se aproximando, devagar. Notava-se que não era da rua e que em seus olhos