A primeira coisa que chamou a atenção dela foi o espelho no teto: grande e intimidador. O quarto era simples, bem arrumado e silencioso. Seu próprio coração era o único barulho que ouvia. Gentilmente, ele a empurrou para dentro e fechou a porta atrás de si. Agora era tarde demais para desistir. Ela dirigiu-se vagarosamente ao leito. Notou que o rapaz estava ansioso, o que abrandou um pouco seu próprio nervosismo. E agora? Lembrou-se então dos conselhos da amiga, mais experiente. Um carinho aqui, uma mordida ali: nada de especial. Logo tudo estaria terminado, homens nunca ligam muito para preliminares. Respirou fundo, esvaziou a mente. Pensar, naquele momento, seria inútil. Medo e hesitação só iriam lhe causar mais dor. Os minutos que se seguiram pareceram horas. O corpo dela apenas reagia aos toques dele, movendo-se por impulso. Enquanto ele transpirava e ofegava, ela se observava no grande espelho do teto. Alheia, fingia não ser dela o reflexo que via. Logo ele parou de se mover. Fica